Invadindo Guarulhos

20/08/2010 18:46

Invadindo Guarulhos

 

No último domingo (16/05), o Cultura na Cesta deu uma entrevista sobre Basquete de Rua, para o Jornal Diário de Guarulhos, em São Paulo. Ficou curioso? Abaixo segue a reportagem na íntegra!

 

Fonte: Diário de Guarulhos

Página na Internet: www.diariodeguarulhos.com.br

Por: Crislaine Tomaz

 

Com espaço para se desenvolver, basquete de rua não caiu no gosto do guarulhense  

 

A paixão que o basquete de rua desperta nos americanos pode não ter a mesma intensidade entre os brasileiros, mas quem toma gosto pela modalidade fa dela parte de sua vida. Nascido como uma opção mais acessível que o basquete convencional, já que pode ser praticado em qualquer local, o basquete de rua tem em Guarulhos o local ideal para se desenvolver, mas ainda não caiu no gosto da população. 

O basquete de rua é uma atividade esportiva inspirada no streetball, que nasceu nas periferias americanas, como um braço da cultura hip-hop. Em Guarulhos, o movimento hip-hop também tem suas raízes na periferia, mas o basquete de rua ainda é uma novidade. Um dos praticantes guarulhenses dessa modalidade é o professor de educação física Daniel Gregório, 22 anos, que encontrou no basquete de rua o caminho para superar um problema de saúde, que ele preferiu não revelar. 

Durante os três meses em que ficou internado no hospital, Gregório tinha como passatempo assistir a vídeos que o irmão levava, entre eles, um de apresentações de basquete de rua. “Fiquei bastante empolgado com a liberdade de movimentos do esporte e, assim que recebi alta, comecei a praticar”. Como em Guarulhos não havia grupos ligados ao esporte, Gregório passou a frequentar o Centro Olímpico do Parque do Ibirapuera, onde logo seu talento foi identificado e ele passou a integrar o 1º time de basquete de rua de São Paulo.

O time se desfez, mas ele continuou praticando o basquete de rua e hoje está desenvolvendo um projeto, junto com o irmão, para dar aulas de basquete de rua e rugby na Fundação Casa, unidade da Vila Maria. “Já fizemos uma apresentação lá e o pessoal ficou bem interessado. Estamos fazendo mais alguns contatos finais para implementar o projeto e estamos ansiosos para começar”, planeja.

Em suas andanças, Gregório conheceu alguns ícones do basquete de rua do Brasil, entre eles, Wanderson Geremias, ou simplesmente WG de Rua, que se aproximou da modalidade a partir da necessidade de praticar o basquete convencional, mas em lugares alternativos. “Até 1993 era só basquete e pronto. Jogávamos sem compromisso, o que importava era voltar para casa cheio de histórias para contar”, diz WG de Rua

Morador da comunidade Cesarão, em Santa Cruz (RJ), WG se tornou instrutor de basquete de rua da Cufa (Central Única das Favelas), sendo consultado em tudo que se refere à modalidade. “Entramos nas comunidades levando o esporte como pano de fundo para inserir cultura, lazer e cidadania. Eu não tinha perspectiva de futuro e, como quase todo jovem da favela, estava sujeito a seguir caminhos obscuros. O basquete de rua trouxe à minha vida uma mudança de pensamento e é o que procuro passar para esses jovens nas comunidades em que estamos inseridos.”